Quando procurei a definição do termo “política” encontrei o seguinte – “sistemática das diferenças e semelhanças de um grupo social, eticamente definida por princípios de autoridade, assentes nas estruturas de suporte do poder, que é aplicada a uma sociedade organizada em estado autónomo”. Esta definição foi retirada de um dicionário que estava parado no tempo, entre o pó e o esquecimento da minha sala. Tantos mais dicionários existem para nos elucidarem sobre conceitos e expressões que queremos encontrar a sua definição, mas aquele que é mais importante está dentro de nós próprios, um dicionário é que feito de experiências, visões e posições que temos/tomamos ao longo da vida.
Ao aplicamos a palavra “política” numa conversa, mesmo que banal, deparamo-nos com várias expressões faciais – ora uma cara de desinteresse, ora outra de desilusão, ora mais outra de ignorância. Aqui fundem-se os elos mais importantes desta temática – na sociedade actual predominam o desinteresse, a desilusão e a ignorância. Uns porque “sentem na pele” a falta de leis ou a sua excessiva aplicação, outros porque estão desiludidos com a política dos nossos políticos, outros que se afundam na ignorância e não querem perder tempo das suas vidas ocupadas para compreender a política.
Actualmente, os jovens, na sua maioria, não se preocupam com as questões desta temática visto que: (ainda) não sentem, mesmo que indirectamente, se encontram envolvidos nesta esfera, ao verem a forma como a política é gerida fá-los desinteressarem-se, o impacto das novas realidades aliadas às Tecnologias da Informação e da Comunicação, assim como as novas formas de ocupação dos seus tempos livres se dão num rodopio e são mais importantes e divertidas do que a preocupação e a investigação nesta vertente, as dúvidas que alguns mais cépticos criam em torno do papel da juventude partidária (e não só), na política nacional, fá-los parar pela insuficiência das ideologias dos partidos porque “giram o disco e tocam o mesmo” – as promessas guardam-se na gaveta quando se senta o corpo na cadeira do poder – e tantas mais razões que se traduzem na ignorância, no desinteresse e na desilusão em que a sociedade se insere.
Combater estes processos é, também ele, um processo complicado e demorado. Haveria diversas formas, umas mais fáceis, outras ilusórias. Pessoalmente, partilho da opinião de que se deveria criar uma vertente educacional nas escolas com o objectivo de combater o desconhecimento, o desinteresse e a ignorância que reina em prol da “política”; uma acção contínua de cidadania, de carácter obrigatório, complementar e, ao mesmo tempo, existir um acompanhamento profissional especializado, de modo a que se possa cooperar nas iniciativas dos jovens, estes que farão parte da equipa política do futuro.
A vida é feita de exigências, de partilhas de experiências, de aprendizagens e dar a aprender o que já aprendemos. No fundo, um conjunto de conhecimentos e práticas que, se existirem, farão com que o desconhecimento dê lugar ao conhecimento, que a ignorância ganhe luz e que a desilusão encontre uma nova realidade.

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