Manhã pintada de um sol duradouro, sem vestígios de vento ou imposições para sair e beber aquele café matinal. A esplanada de sempre mantinha-se intacta, com uma ou duas pessoas que partilharam comigo o silêncio de uma manhã de sábado. O sol estimula os sentidos, faz renascer uma sensação de liberdade, de correr o mundo. O café, sempre cheio e frio era o companheiro. O tempo passava à medida que desfilavam na avenida as crianças com os seus pais que tinham ido ao parque infantil, felizes e de sorriso aberto, as meninas com um chapéu amarelo ou cor-de-rosa, os meninos com a sua bola de futebol e o seu boné azul-escuro. Os pais, a saborearem um dia de descanso, entravam nas brincadeiras dos filhos como se eles próprios fossem crianças de cinco ou seis anos, enfrentando o cansaço de uma semana desgastante. O senhor reformado comprou o jornal; a senhora trazia na mão o pão para o almoço; o jovem passava com o guarda-sol, pronto a apanhar o comboio para a merecida praia.
Quando o sol aparece, há mais vida, mais tempo para o desfrutar a vida numa paz confortante, sozinho ou acompanhado, partilhando um gelado ou um batido, um café ou uma água fresca, à beira de água ou noutro sítio qualquer. Há momentos.

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