sábado, junho 21, 2008

Manhãs

Manhã pintada de um sol duradouro, sem vestígios de vento ou imposições para sair e beber aquele café matinal. A esplanada de sempre mantinha-se intacta, com uma ou duas pessoas que partilharam comigo o silêncio de uma manhã de sábado. O sol estimula os sentidos, faz renascer uma sensação de liberdade, de correr o mundo. O café, sempre cheio e frio era o companheiro. O tempo passava à medida que desfilavam na avenida as crianças com os seus pais que tinham ido ao parque infantil, felizes e de sorriso aberto, as meninas com um chapéu amarelo ou cor-de-rosa, os meninos com a sua bola de futebol e o seu boné azul-escuro. Os pais, a saborearem um dia de descanso, entravam nas brincadeiras dos filhos como se eles próprios fossem crianças de cinco ou seis anos, enfrentando o cansaço de uma semana desgastante. O senhor reformado comprou o jornal; a senhora trazia na mão o pão para o almoço; o jovem passava com o guarda-sol, pronto a apanhar o comboio para a merecida praia.

Quando o sol aparece, há mais vida, mais tempo para o desfrutar a vida numa paz confortante, sozinho ou acompanhado, partilhando um gelado ou um batido, um café ou uma água fresca, à beira de água ou noutro sítio qualquer. Há momentos.

sábado, junho 14, 2008

My Explanation

There must be some explanation
To all my frustrations
Inside my head.
I've always dreamt of what I could be
And I still dream...

I know I can't change my past,
It's time to move on, at last.

I've not always been as strong as I can,
But I know that I had my ups and downs...
I lost myself yesterday...
Time moves moutains...They say...

De do de do
I'm gonna change that tonight!
De do de do
I'm gonna feel allright!
De do de do
Just as long as the stars still shine...

I've tried to do my best all my life,
But times showed me it's not enough to try,
That no one can deny...
I'm gonna get it right this time!

De do de do
I'm gonna change that tonight!
De do de do
I'm gonna feel allright!
De do de do
Just as long,
As long,
As the stars still shine...

I've not always been as strong as I can...

De do de do...

sexta-feira, junho 13, 2008

O Nosso Amor Brilhará Para Sempre


O silêncio devastador que junta todos os silêncios do mundo. Procuro em ti sangue a fluir nesse corpo que te tiram por obrigação, e somente no meio da dor vislumbro o teu rosto tão parecido ao meu, de cabelo escuro, ofegando e desejando que o sol te brilhe com a intensidade medida para mais um dia de batalhas inigualáveis. É assim que te vejo, na perdição dessa cama que te amarra e ostenta o peso do corpo, de uma cidade que não é tua nem nossa e não a quero ver mais nestas circunstâncias que pedem a calma e a perseverança.

Mas tu já não estás mais aqui e dizer que é para sempre que o nosso amor brilhará parece um destino prometido enevoado de palavras vindas do fundo. Como eu te amo e te hei-de amar sempre, não sei mais nada. Nem procuro por ti, agora que estou despida, porque tu encontras-me ao teu lado, sabe Deus onde, nem lugar sem chão nem cor nem cheiro. A tua morada é dentro de mim e acreditar na eternidade de um ser é também acreditar em mim. Constrói um caminho bom para os meus sonhos. Não sei do que é que eles são feitos e também não sei o que é que és tu. Tantos desejos te peço em lágrimas de saudade, escrevendo o teu nome numa folha de papel solta do tempo. Há vezes que não oiço mais nada que o som da vontade de te abraçar e dizer-te ao ouvido que nunca morrerás aqui dentro.

quarta-feira, junho 11, 2008

Sonhos, Sonhar, Ser

O sonho é poderoso, essência tão forte quanto é o nosso corpo e o nosso espírito. Acreditar no sonho, nos nossos sonhos, é acreditar somente naquilo que somos e no resto que ainda não é mas que, certamente, será. O sonho é um dos maiores amigos, é ele que nos faz caminhar no meio de obstáculos e vitórias, brilhos e luz, força e persistência. O sonho é água depois de ultrapassarmos um deserto, é luz durante um dia, é correr quando sentimos que não pertencemos aqui, é suar quando a luta vale a pena. Sonhar não é perder a realidade, é querer uma realidade diferente. No fundo, o sonho é o que é necessário depois deste momento, é aquilo que vem a seguir e que se esticarmos estes braços que erguem uma força imensa, vamos segurar e juntá-lo aqui dentro, para não se perder.

Quando se deixar de sonhar, perdemo-nos, porque “sonhar é viver, e quem não sonha não vive, sobrevive”. Batalhas e ultrapassagens de impasses e compassos de tempo que a vida implementa são fruto do nosso sonho, da nossa conquista por algo que é nosso mas não sabemos tocar. E é tão belo o sonho, é tão belo o que sentimos dentro de nós, como uma voz presente e que ao mesmo tempo é tão mágico que não sabemos tocar devagarinho, no fim de uma noite de luar.

No meio de gentes perdidas, de gentes que não sabem onde e como caminham, existem outras gentes que desde sempre acreditaram nos seus sonhos. E claramente esses serão mais felizes, porque trazem consigo um olhar de esperança, de garra e de luta por aquilo que se anseia num futuro próximo. Fugir à saudade, àquilo que deixámos para trás para sermos maiores que ontem faz também parte do sonho. Para sonhar não importa a idade, nem o sexo nem a religião, basta ser-se. Sonhar é ser mais, é ser superior e repletos de felicidade são aqueles que sabem sonhar, que sabem sentir a pujança de um simples sonho que vive ao nosso lado e que não o largamos, como um grande amigo que jamais esqueceremos, por mais difícil que seja o toque em algo que não conheçamos a sua cor, a sua textura e o seu cheiro.

Se eu “pegar todas as horas os meus sonhos”, a vida sorrir-me-á como uma criança que acaba de comer um gelado no fim de um dia de calor, porque o sonho é nunca esquecer quem realmente somos. Agradecimento àqueles que sabem sonhar e que sentem o poder dos sonhos, agradecimento àqueles que nunca deixaram de acreditar nos sonhos e que, subtilmente, me incutiram o hábito de nunca deixar de acreditar no amanhã.

domingo, junho 01, 2008

Política & Juventude

Quando procurei a definição do termo “política” encontrei o seguinte – “sistemática das diferenças e semelhanças de um grupo social, eticamente definida por princípios de autoridade, assentes nas estruturas de suporte do poder, que é aplicada a uma sociedade organizada em estado autónomo”. Esta definição foi retirada de um dicionário que estava parado no tempo, entre o pó e o esquecimento da minha sala. Tantos mais dicionários existem para nos elucidarem sobre conceitos e expressões que queremos encontrar a sua definição, mas aquele que é mais importante está dentro de nós próprios, um dicionário é que feito de experiências, visões e posições que temos/tomamos ao longo da vida.

Ao aplicamos a palavra “política” numa conversa, mesmo que banal, deparamo-nos com várias expressões faciais – ora uma cara de desinteresse, ora outra de desilusão, ora mais outra de ignorância. Aqui fundem-se os elos mais importantes desta temática – na sociedade actual predominam o desinteresse, a desilusão e a ignorância. Uns porque “sentem na pele” a falta de leis ou a sua excessiva aplicação, outros porque estão desiludidos com a política dos nossos políticos, outros que se afundam na ignorância e não querem perder tempo das suas vidas ocupadas para compreender a política.

Actualmente, os jovens, na sua maioria, não se preocupam com as questões desta temática visto que: (ainda) não sentem, mesmo que indirectamente, se encontram envolvidos nesta esfera, ao verem a forma como a política é gerida fá-los desinteressarem-se, o impacto das novas realidades aliadas às Tecnologias da Informação e da Comunicação, assim como as novas formas de ocupação dos seus tempos livres se dão num rodopio e são mais importantes e divertidas do que a preocupação e a investigação nesta vertente, as dúvidas que alguns mais cépticos criam em torno do papel da juventude partidária (e não só), na política nacional, fá-los parar pela insuficiência das ideologias dos partidos porque “giram o disco e tocam o mesmo” – as promessas guardam-se na gaveta quando se senta o corpo na cadeira do poder – e tantas mais razões que se traduzem na ignorância, no desinteresse e na desilusão em que a sociedade se insere.

Combater estes processos é, também ele, um processo complicado e demorado. Haveria diversas formas, umas mais fáceis, outras ilusórias. Pessoalmente, partilho da opinião de que se deveria criar uma vertente educacional nas escolas com o objectivo de combater o desconhecimento, o desinteresse e a ignorância que reina em prol da “política”; uma acção contínua de cidadania, de carácter obrigatório, complementar e, ao mesmo tempo, existir um acompanhamento profissional especializado, de modo a que se possa cooperar nas iniciativas dos jovens, estes que farão parte da equipa política do futuro.

A vida é feita de exigências, de partilhas de experiências, de aprendizagens e dar a aprender o que já aprendemos. No fundo, um conjunto de conhecimentos e práticas que, se existirem, farão com que o desconhecimento dê lugar ao conhecimento, que a ignorância ganhe luz e que a desilusão encontre uma nova realidade.