segunda-feira, junho 18, 2007

Eu e Tu

E mesmo quando os dias perderem a cor a que nos habituámos

Vamos voar no meio da multidão

Tu pegas a minha mão e eu grito o teu nome

Num momento de explosão fingimos não ter chão

Eu vou feliz

Tu vais comigo

As nossas vozes juntam-se no desespero de saltarmos daqui

Deixaremos de lado o mundo em que vivemos

Procuramos o nosso lugar

É lá que os sonhos têm importância

E que os desejos desenham os nossos actos

Eu vou dizer-te que és mais que o resto

E tu, num silêncio profundo

Olhas-me nos olhos e beijas-me o rosto

É a prova que te pertenço

Que me amas com amor

sábado, junho 09, 2007

A Existência Humana



A existência não vive sem os humanos e os humanos não existem sem a existência, ou seja, a existência humana só por si é um único conceito pelo qual me vou reger para explicar a sua força e importância em mim.
Para mim não existe a problemática do sentido da existência humana. Não gosto da palavra sentido na arte de escolher e determinar caminhos, saber para que lado é que nos vamos virar, premeditar o nosso destino em torno de um sentido que fomos implementando em nós ou que nos implementaram. Gosto mais da palavra sentido na temática dos sentidos pelos quais nos vamos guiando – o maior exemplo do sentido é somente o nosso coração, e mesmo assim não lhe damos grande importância em muitas situações. Eu prefiro a liberdade, a opção de escolha num momento indefinido. Ora, se não gosto dessa palavra neste tema, não dou atenção à probabilidade de existir uma problemática nesse aspecto tão fundamental para mim que é a existência humana. É óbvio que existe um sentido na nossa vida, caracterizo-o antes como um objectivo, um modo de vida, uma personalidade que nos vai moldando ao longo dos tempos, princípios pelos quais nos regemos e que, de uma forma ou de outra, vamos conseguindo introduzir na nossa esfera. Sou mais radical, não considero que esse sentido da vida seja uma obrigação, temo-lo porque queremos, porque somos diferentes uns dos outros, daí deriva o facto de nem todas as pessoas terem objectivos de vida, de uns conseguirem vencer e outros nem tentam essa vitória. Considero que o verdadeiro sentido da vida vive em nós mesmos, e que a sua importância se revela quando tem de ser revelada.
A essência humana é viver. E viver é dar de nós a quem dá de si também. A existência humana não é simplesmente a vida, a existência humana é como algo independente, que tem cabeça, tronco e membros, que consegue viver sem o auxílio dos outros. Digo isto porque nem todas as pessoas pertencem umas às outras, ou seja, nem todas as pessoas têm uma existência humana em mim, daí considerar que a existência humana é independente, porque aquela pessoa que passou ao meu lado à duas horas atrás, que não conheço de lado nenhum, não deixa de ter menos essência e não deixa de ser menos humana que eu, só porque não me significa nada. Tudo se prende com a essência que nos dá a vida. A existência humana é a consequência de respirarmos, de falarmos e de sentirmos.
Quando temos de dar um sentido à problemática da existência humana, é porque algo não está a correr bem, pois a própria existência humana somos somente nós próprios, e se nos metemos em questão, nada é mais grave do que isso. Se o seu sentido está em nós, e se o perdermos, realmente, teremos de repensar no modo de vida que fomos adquirindo, a personalidade que ficou a desejar, a maneira de encarar as adversidades. Mas, apesar de tudo, não devemos meter em causa o sentido da nossa existência – voltando ao início – não gosto desse sentido, ter de escolher para que lado me vou virar, premeditar o caminho que vou percorrer. Então, se o sentido é o momento presente que vou conquistando, a minha existência só se encontra estável porque o meu presente está repleto de algo que me preenche o verdadeiro sentido da minha vida. E esse sentido é tão intocável que nem mesmo eu o consigo premeditar, mesmo que fosse uma pessoa que gostasse de o fazer.