domingo, abril 29, 2007

A velha bruxa


Aquilo que nos vão dizendo ao longo da vida, bom ou mau, deixam marcas irrefutáveis na nossa memória. E não sabemos se o que nos estão a dizer é realmente verdade ou não; se seguirmos pela verdade, as nossas atitudes ficam presas à tentação de agir conforme o que nos dizem, nunca deixando de existir o outro lado da moeda.
Portanto, quando uma velha, que se diz ter um dom para ler o futuro e tudo o que nos aconteceu, vos ler a palma da vossa mão, têm duas opcções: ou acreditam parcialmente em tudo o que ela vos diz, ou pensam que é tudo uma fantochada. Mas há pontos intocáveis no vosso "eu" que jamais poderiam ser tocados e que a mesma velha, não vos conhecendo de lado nenhum, tocou e foi descobrindo.

O segredo está em medir a intensidade dos sentimentos e assim seremos mais felizes.

segunda-feira, abril 23, 2007

Guardo-te por dentro


Guardo-te por dentro. És demasiado importante para te perder. No meio da desordem, encontro a eterna certeza que pertences à mesma estrada que a minha, com o trilho traçado em tons vermelhos, a cor do nosso sangue. Não te procuro mais, aprendi a deixar o passado agarrado à minha memória por sequelas inesquecíveis. És assim, como uma perfeição nos actos que param quando me vês, como te se fosse retirar um bocado dessa tua carne, como se quisesse sentir esse teu toque quente que me assombra noites sem fim. Tudo o que és, foste tu que criaste. Mas ninguém criou o nosso amor, ninguém pediu autorização para criar uma esfera de vidro que não se parte. Espero que fiques por onde estás, não te aproximes porque não sei negar-te. Preciso que vivas em ti e que me deixes respirar o resto do mundo.

sábado, abril 21, 2007

Restos imortais do passado

Hoje que o coração estava em paz é que chegas, sentas-te sem pedir licença e respiras o mesmo ar que eu. Hoje que o céu estava limpo e brilhante é que me tentas conquistar com esse perfume que enfeitiça os sentidos. Hoje que o mundo estava feliz é que ficas perto de mim em quase todos os momentos e não me dás escapatória, mesmo que não entendas a firmeza dos teus actos impensados.
A tua pele é do mesmo tom que da última vez. O teu sorriso move mundos perdidos. Tentei negar o teu corpo, mais precisamente a intensidade da tua presença.
Não sei se queria a infinidade nas horas ou o disparo do final. Sentir-te a meu lado fazia-me lembrar algo que não vivia há muito tempo, mas fiquei com os movimentos parados, entorpecidos, numa noite diferente das outras todas. Gostas de brincar com o tempo, procurar no passado restos imortais que podem visitar o presente. É isso que gostas de fazer, mas não te dás conta da sua importância em mim.
Acabei por não sair do meu lugar com medo de te tocar. O céu e o mar vão continuar muito distantes.