segunda-feira, março 26, 2007

Não importa o que se ama



"Não importa o que se ama. Importa a matéria desse amor. As sucessivas camadas de vida que se atiram para dentro desse amor. As palavras são só um princípio - nem sequer o princípio. Porque no amor os princípios, os meios, os fins são apenas fragmentos de uma história que continua para lá dela, antes e depois do sangue breve de uma vida. Tudo serve a essa obsessão de verdade a que chamamos amor. O sujo, a luz, o áspero, o macio, a falha, a persistência."

Inês Pedrosa, Fazes-me falta!

domingo, março 25, 2007

A fuga etária



Cada vez mais tenho a necessidade de me interagir com pessoas de diferentes faixas etárias. Não sei ao certo a causa para este acontecimento, mas penso que passa, sobretudo, pelas diferentes características que cada faixa etária possui, e porque quando as pessoas têm os mesmos ideais e as mesmas formas de funcionar, acabam por explodir nas mínimas divergências. Ao contrário disso, posso encontrar um maior acordo nas opiniões de pessoas muito distintas de mim mesma, pessoas mais velhas, mais sábias, mais “vividas”, e o oposto, pessoas mais novas, que ainda não têm uma grande experiência de vida mas que sabem mais que muitas.

O respeito e a cumplicidade fazem parte do meu bolo diário, que todos os dias como uma fatia para ir agindo de acordo com os meus princípios. E não fugindo à questão inicial, acredito veemente que o respeito e a cumplicidade devem ser das maiores condições para um entendimento mútuo, quer tenham a mesma idade, ou não. Portanto, como eu acredito nas pessoas, acredito também que elas consigam interagir comigo de uma forma respeitável, ou seja, que respeitem os meus ideais (apesar de não ser a favor um idealismo concreto) e a minha forma de ser perante os outros, e que, ao mesmo tempo, sejam cúmplices dos meus sonhos, das minhas aventuras, dos meus desejos e das minhas mágoas.

Acabo por chegar sempre ao mesmo ponto, sem grande sentimentalismo agora, prometo. O ponto de olhar à volta, para a grande sociedade que somos todos nós e compreender que nem todos são feitos, ou como queiram, perfeitos, para interagir uns com os outros. Temos partículas que nos definem da esfera geral a que chamamos sociedade e que nem todas essas mesmas partículas coincidem umas com as outras. Pensemos antes que se trata de um puzzle e que é necessário as peças pegarem umas com as outras para formarmos um quadro bonito, ao menos para nós, que comprámos esse mesmo puzzle.

Então, não existe nenhuma lei que proíba o entendimento entre faixas etárias distintas. E por isso digo agora, com muito gosto, que consigo lidar na perfeição com pessoas de treze e catorze anos, assim como com pessoas de quarenta e setenta anos. Basta querermos ver o lado positivo de cada um. E esse esforço vale a pena, é com ele que se criam amizades muito fortes e muito inteligíveis, aos olhos de muita boa gente. Porque quando se está do lado de fora, não se consegue ter uma noção exacta da particularidade e das semelhanças que possam existir entre duas pessoas que nada tenham a ver em aspectos como o modo de vida, o estado civil ou até mesmo os gostos pessoais.

Que as fugas etárias possam comprovar as fortes relações que tendem a existir.

domingo, março 18, 2007

Dos jardins mais bonitos



















Preciso de dizer ao mundo que tens dos jardins mais bonitos que alguma vez vi. Cada pétala de cada flor tem um sabor diferente, uma vitória ou uma derrota suada e conquistada. Cada bago de terra transforma-se na grande caminhada que só existiu porque foi seguida por sentimentos rigorosos, presentes em todo o sempre. Por cima desse jardim, criaste uma esfera que eu consegui penetrar. Em volta, é tudo apaziguador, há magia em cada canteiro do espaço que foste floreando. Importa saber ao certo o nome que deste a cada flor, a cada recanto teu. Se existe lá a minha inicial, fico grata pela pétala, caso tenha o nome por inteiro, recordarei eternamente a flor que plantaste no teu jardim.


quinta-feira, março 15, 2007

Sorriso

Esqueces-te do facto do teu sorriso falar mais que muitas palavras.
Por isso muitas das vezes dou por ti a falar, dizendo aquilo que sabes não sentir porque não sorris.

segunda-feira, março 05, 2007

Queimaste-me viva

Fui ardendo ao ritmo dos teus passos

Cinzas minhas que te deixo ao sabor do vento

Perdes-te num momento

Fui ardendo ao som da tua voz

Perdi-te e perdemo-nos a nós.