sábado, outubro 21, 2006

Obrigado pela história de papel















Vais contando os teus números. Dás voltas no teu mundo, em voltas e rodas singulares, não sais do mesmo sítio. Deixas o perfume em cada palavra e cada palavra sabe sempre diferente. Não tens de te esconder pois eu nã
o te quero procurar mais. E o que tens escrito no coração ninguém conseguirá apagar. Obrigado pela história de papel.

quarta-feira, outubro 11, 2006

A tua voz sabia-me a saudade


a tua voz sabia-me a saudade. ainda assim distante de mim, eu recordava o teu cheiro, o eterno cheiro que eu deixei por momentos indefinidos, falta de afecto. falta de qualquer coisa que não tem nome no comum mundo dos mortais, ou tão somente no meu mundo. quando eu ouvi a tua voz, ouvi o passado também. ouvi as recordações, ouvi o que deixei para trás escrito nas páginas do meu coração, ouvi que ainda cá estavas para que eu te ouvisse. mas a conversa tornou-se tão banal que nem tomei bem atenção ao que me dizias e ao que eu te dizia. a conversa era tão superficial que me prendi mais na saudade da tua voz. continuámos a falar... no fim, o beijo de sempre, aquele beijo que eu gosto sempre. então desligámos. tu continuaste a tua vida e eu fiz a mesma coisa. tudo voltou ao normal mas a tua voz continuava-me a saber a saudade. saudade intensa, acesa, saudade triunfante de longos minutos. mas eu continuei. eu não precisava da minha saudade para nada. eu queria-me distanciar de ti para não sentir novamente a saudade. enrolei-me noutras coisas singulares e a saudade foi-se embora. mas, de que serve a saudade ir embora, se tu permanecerás sempre? eu gostei de ti desde o primeiro momento. belo. forte. esquisito. e ao longo destes anos todos ainda continuo a pedir o teu beijo, o teu abraço, o teu sorriso. apesar de me querer desligar, eu sei que isso é fantochada, jamais conseguiria. estarás sempre aqui. um beijo eterno.

segunda-feira, outubro 02, 2006

Até à proxima saudade


Como quem pede perdão inocentemente pelos sentimentos causados, vindos de um poço fundo, seco, escuro e sem vida. Foi daí que eu vim e trouxe-te pela mão. Não tenho a certeza se te irei deixar no mesmo lugar, ao abandono dos meus gestos e das minhas palavras solenes. Mas acredita quem eram tão tuas como esta é a minha chama. No meio deste mundo perdido de singulariedades, onde andas tu? Não foi preciso largar-te da minha mão, deslizaste sorrateiramente entre o toque e o tempo que nos pausa os olhares. Eu preciso de ti como quem precisa algo semelhante a ti, com duas mãos, dois olhos, um nariz e uma boca. Isso não me importa. Vem como quiseres, procura apenas o teu pequeno lugar, em busca do que deixaste para trás. Seria inutil nao te pedir nada até porque necessito. Quero pedir clemência por pisar novamente o chão da saudade, que de certo nos vai devorar o aconchego mal feito dentro de nós. Agarro cada silêncio onde tu permaneces. Com a mesma melodia, acordo o perfume dos momentos brandos, cheios de emoção e tudo retoma. Afinal, quero a proximidade. Não sei de quem foi a culpa ou se existem culpados para a pura decadência, semelhante de tantos. Acabou o som das minhas palavras. Até à próxima saudade.