
Estava sentada num pequeno banco de jardim, daqueles antigos e feitos de pedra. Saboreava um fim de tarde deixada ao acaso entre mim e o resto do resto do mundo. Olhava para o horizonte e contava cada ponto que brilhava na água. Cada ponto brilhante fazia-me lembrar cada saudade perdida no passado. Recordei cada cheiro e cada lágrima caída no chão pela saudade que sentira. O passado era apenas uma caixa onde guardava memórias escritas na alma e eram lembradas. O mundo continuava a sua rotina mas eu não conseguia largar os pontos brilhantes. Algo me puxava para sentir novamente tudo o que meti atrás das costas ou que o tempo se encarregou de enviar para longe. De ficar tanto tempo agarrada às memórias, o sol desvaneceu-se e os pontos brilhantes dissiparam-se daquele rio imenso. O passado voltou ao seu lugar mas deixou a sua fragrância, aquilo que deixei para trás e me recordou do que fui, do que deixei e como parti.








